Uma das pessoas mais chatas que eu já tive o desprazer de interagir.

Sabe quando há aquele ser humano que de alguma forma consegue te irritar, te dar a raiva digna de exterminar a humanidade?

Então. Meio que há uma pessoa, da qual chamarei de Mineirinho, que eu tenho o descontentamento de encontrar todos os dias às 6:35. O Mineirinho consegue ser mais desagradável do que encoxar a vó no tanque.

Eu sou insuportável quando estou sóbrio, imagina então o que sou quando eu acordo e tenho de ir pra escola naquele frio - que é semelhante ao pólo norte-, sentindo um sono dos infernos e com vontade de não existir.

Primeiro por que todos os dias da semana eu acordo entre as 6:00 - 6:30 e não durmo antes das 22:40.

Não há palavras que compreendam inteiramente o que eu sinto ao acordar. É uma sensação que eu queria muito saber como compartilhar com vocês. Eu acordo mas é como se a minha paciência, auto estima, vontade e coragem estivessem ainda na cama. É como se isso tudo desse espaço ao mau humor e intolerância. E então eu vou pra escola. Um frio do cacete, aquele vento gelado batendo no meu rosto e entrando na minha orelha e o meu andar semelhante ao de um pinguim. E enfim, quando penso ser o primeiro a chegar no ambiente que eu odeio quase que integralmente nos meus dias, lá está ele. O Mineirinho.

Cumprimentar qualquer pessoa no estado de ser humano em que eu me apresento a essas horas é uma grande merda. E o Mineirinho consegue piorar isso, ao me saldar com um: “e aí bão?” e com uma cara de doente que cheira farinha amuada e pula no mato achando que é piscina.

Puta que pariu, bixo. Que cara é essa que esse maluco faz?

E lá vai ele contar de onde morava. Contar sobre o pai dele, que o mesmo ganha exatos 50 mil por mês por ser o único médico de lá,  que o pessoal da escola é muito metido, que ele tem insônia e energético com café faz ele sentir sono.

Tendo em vista que esse cidadão escroto, do qual eu não consigo achar palavrão que defina completamente tamanha insignificância, comentava os mesmos assuntos comigo todos os dias, decidi respondê-lo.

Fiz da forma mais educada a possível, mesmo de saco cheio, retirei os fones e falei:

“Que bom que seu pai ganha 50 mil, por que é você mora no gama e estuda aqui mesmo?” “Por que eu moro aqui com minha mãe” “Mas ele não paga P.A?” “Paga mas ele é mão de vaca”. - Dessa vez eu me fiz de babaca e fingi acreditar na mentira. Por que todo mundo sabe que é a justiça quem determina quanto o cara paga, e pra quem ganha 50 mil, por que diabos ele estaria pagando mixaria?

Levei na humilde e coloquei os fones. Não satisfeito com o agradável silêncio, o infortúnio resolve cagar pelos dedos novamente: “Esse pessoal daqui é muito metido, cê tá é doido, o que eu tô fazendo aqui?”.
- aí eu fiquei puto instantaneamente. “ué porra, por que tu não volta pra casa então?” “por que não posso”.

Isso me mostrou que o próprio só queria era reclamar mesmo. E o pior, do jeito mais escroto e irritante da face da terra.

“Por que não pode? Vai morar com seu pai logo então, caralho”. “Ah minha mãe não deixa”.

Respirei fundo. Coloquei os fones novamente e virei o rosto. De repente passa um jovem, que aparentemente estava com muito sono, na nossa frente e o mineirinho diz surpreendido: “Olha a cara desse bosta.” “O que tem?” “Nada”. “Mano, olha a sua cara, você tem cara de lerdão. “É mesmo?” “É mesmo, seu doente do caralho” “Então tá bão”.

E aí o Mineirinho saiu.

O engraçado é que após esse dia ele não falou mais nada e me deixou em paz ouvindo música. Ah é cada uma que eu tenho que aguentar. Como sou sortudo...

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